[:pt]Álbum de Família – Obras da Coleção Fundação Carmona e Costa[:en]Family Album – Works from the Carmona e Costa Foundation Collection[:]

[:pt][vc_row row_height_percent="0" override_padding="yes" h_padding="2" top_padding="2" bottom_padding="0" overlay_alpha="50" gutter_size="3" shift_y="0"][vc_column width="1/4"][vc_single_image media="55892" media_width_use_pixel="yes" media_width_pixel="300px" el_class="img-tamanho"][/vc_column][vc_column column_width_percent="100" overlay_alpha="50" gutter_size="3" medium_visibility="yes" medium_width="0" mobile_visibility="yes" shift_x="0" shift_y="0" z_index="0" width="1/4"][/vc_column][vc_column column_width_percent="100" overlay_alpha="50" gutter_size="3" medium_visibility="yes" medium_width="0" mobile_visibility="yes" shift_x="0" shift_y="0" z_index="0" width="1/4"][/vc_column][vc_column column_width_percent="100" overlay_alpha="50" gutter_size="3" medium_visibility="yes" medium_width="0" mobile_visibility="yes" shift_x="0" shift_y="0" z_index="0" width="1/4"][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width="1/1"][vc_column_text]Curadores: João Pinharanda e Manuel da Costa Cabral

A exposição Álbum de Família reúne obras da Coleção Fundação Carmona e Costa, a mais extensa coleção privada portuguesa que será apresentada, pela primeira vez, ao público e à crítica.

Maria da Graça Carmona e Costa, atualmente a mais importante mecenas privada do país, reuniu a sua coleção ao longo dos últimos 50 anos mas esta nunca foi mostrada de modo sistemático. Constituída por sólidos núcleos autorais, que cobrem as décadas de atuação das duas instituições que criou (a galeria Giefarte e a própria Fundação Carmona e Costa), Álbum de Família – Obras da Coleção Fundação Carmona e Costa dá conta não apenas do gosto pessoal mas também de parte significativa da própria história da arte portuguesa nas últimas décadas, explicitando o modo como nela interveio Maria da Graça Carmona e Costa através da promoção de exposições ou aquisições. As suas iniciativas rodeiam, alimentam e explicam em grande parte a coleção, havendo uma fusão permanente e contínua entre a coleção e as atividades da fundação e entre estas e a vida e gostos da sua mentora.

A apresentação da coleção realiza-se no MAAT (edifício Central) e, em dois momentos, na sede da Fundação Carmona e Costa. São portanto três momentos a considerar: nenhum esgota ou resume a coleção e nenhum cobre inteiramente a diversidade das obras e dos nomes que a compõem.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][:en][vc_row row_height_percent="0" override_padding="yes" h_padding="2" top_padding="2" bottom_padding="0" overlay_alpha="50" gutter_size="3" shift_y="0"][vc_column width="1/4"][vc_single_image media="55892" media_width_use_pixel="yes" media_width_pixel="300px" el_class="img-tamanho"][/vc_column][vc_column column_width_percent="100" overlay_alpha="50" gutter_size="3" medium_visibility="yes" medium_width="0" mobile_visibility="yes" shift_x="0" shift_y="0" z_index="0" width="1/4"][/vc_column][vc_column column_width_percent="100" overlay_alpha="50" gutter_size="3" medium_visibility="yes" medium_width="0" mobile_visibility="yes" shift_x="0" shift_y="0" z_index="0" width="1/4"][/vc_column][vc_column column_width_percent="100" overlay_alpha="50" gutter_size="3" medium_visibility="yes" medium_width="0" mobile_visibility="yes" shift_x="0" shift_y="0" z_index="0" width="1/4"][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width="1/1"][vc_column_text]Curators: João Pinharanda and Manuel da Costa Cabral

The exhibition Family Album brings together works from the Carmona e Costa Foundation Collection, Portugal's largest private collection, which will be presented to the public and critics for the first time.

Maria da Graça Carmona e Costa, currently the most important private patron in the country, has amassed her collection over the last 50 years, but it has never been systematically displayed. Made up of solid authorial sections that cover the decades of activity of the two institutions she created (the Giefarte gallery and the Carmona e Costa Foundation itself), Family Album – Works from the Carmona e Costa Foundation's Collection reflects not only her personal taste, but also a significant part of the history of Portuguese art in recent decades, explaining the way in which Maria da Graça Carmona e Costa intervened in it by promoting exhibitions or acquisitions. Her initiatives surround, nourish and largely explain the collection, with a permanent and continuous fusion between the collection and the foundation's activities and between these and the life and tastes of her mentor.

The collection is presented at MAAT (Central building) and, in two instalments, at the headquarters of the Carmona e Costa Foundation. There are therefore three moments to consider: none exhausts or summarises the collection and none fully covers the diversity of the works and names that make it up.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][:]


Arte em São Bento 2023 - Coleção Manuel de Brito na Residência Oficial do Primeiro-Ministro

[:pt][vc_row row_height_percent="0" override_padding="yes" h_padding="2" top_padding="2" bottom_padding="0" overlay_alpha="50" gutter_size="3" shift_y="0"][vc_column width="1/4"][vc_single_image media="55880" media_width_use_pixel="yes" media_width_pixel="300px" el_class="img-tamanho"][/vc_column][vc_column column_width_percent="100" overlay_alpha="50" gutter_size="3" medium_visibility="yes" medium_width="0" mobile_visibility="yes" shift_x="0" shift_y="0" z_index="0" width="1/4"][/vc_column][vc_column column_width_percent="100" overlay_alpha="50" gutter_size="3" medium_visibility="yes" medium_width="0" mobile_visibility="yes" shift_x="0" shift_y="0" z_index="0" width="1/4"][/vc_column][vc_column column_width_percent="100" overlay_alpha="50" gutter_size="3" medium_visibility="yes" medium_width="0" mobile_visibility="yes" shift_x="0" shift_y="0" z_index="0" width="1/4"][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width="1/1"][vc_column_text]1. Primeiro-Ministro inaugura Arte em São Bento 2023 na próxima semana.

2. A Residência Oficial do Primeiro-Ministro acolhe 40 obras de 33 artistas portugueses da Coleção Manuel de Brito, com curadoria de Sérgio Fazenda Rodrigues.

3. No dia 5 de outubro, a Residência Oficial estará aberta ao público para visitas, entre as 15h00 e as 19h00, com entrada livre.
A partir de outubro de 2023, a Residência Oficial apresenta uma seleção de 40 obras de 33 artistas portugueses provenientes da Coleção Manuel de Brito, com curadoria de Sérgio Fazenda Rodrigues.

Composta por mais de 2.000 obras de artistas nacionais e estrangeiros, a Coleção Manuel de Brito constitui um dos mais relevantes acervos privados de arte portuguesa do século XX. Esta coleção começou a ser constituída na década de 1960 por Manuel de Brito (1928-2005), galerista e figura fundamental da cultura nacional, tendo fundado a mais antiga galeria em atividade em Lisboa, a Galeria 111, que no próximo ano celebra 60 anos.

A Residência Oficial do Primeiro-Ministro, no Palacete de São Bento, acolhe, todos os anos, uma seleção de obras de artistas portugueses pertencentes a uma coleção de arte contemporânea.

A iniciativa Arte em São Bento foi criada em 2017 com o intuito de promover e valorizar a criação e produção artística nacional e potenciar a divulgação dos artistas, criadores e coleções que contribuem para a dinamização da arte contemporânea portuguesa e a respetiva fruição no território nacional.

Nas edições anteriores da Arte em São Bento, a Residência Oficial acolheu a Coleção Serralves (2017), a Coleção António Cachola/Museu de Arte Contemporânea de Elvas (2018), a Coleção Norlinda e José Lima (2019), a Coleção Figueiredo Ribeiro (2020), a Coleção AA, de Ana Cristina e António Albertino Santos (2021) e a Coleção Peter Meeker, de Pedro Álvares Ribeiro (2022).

A Residência Oficial é um espaço de representação e de soberania política, onde cada área tem uma funcionalidade específica. Neste contexto, a arte proporciona ao visitante uma experiência distinta de uma exposição num espaço museológico ou numa galeria. O estilo arquitetónico do palacete e o mobiliário existente constituem desafios a que os curadores têm sabido responder, sem reduzir as obras de arte a uma função meramente decorativa.

A inauguração da Arte em São Bento 2023 – Coleção Manuel de Brito terá lugar na quarta-feira, dia 4 de outubro de 2023, às 17h00.

A Residência Oficial estará aberta ao público para visitas à exposição no dia 5 de outubro, entre as 15h00 e as 19h00, com entrada livre.

Até setembro de 2024, a Arte em São Bento – Coleção Manuel de Brito poderá ser visitada no primeiro domingo de cada mês.

Artistas

Ana Pérez-Quiroga
Ana Vidigal
António Dacosta
António Palolo
Bruno Pacheco
Diogo Evangelista
Eduardo Batarda
Eduardo Luiz
Eduardo Nery
Fátima Mendonça
Helena Almeida
João Hogan
João Leonardo
João Queiroz
Joaquim Rodrigo
Jorge Santos
José Escada
Júlio Pomar
Lourdes Castro
Manuel Baptista
Maria Helena Vieira da Silva
Menez
Nikias Skapinakis
Noronha da Costa
Paula Rego
Pedro Gomes
Pedro Paixão
Pedro Vaz
Rodrigo Oliveira
Rui Chafes
Rui Sanches
Samuel Rama
Urbano[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][:]


[:pt] Celebrar Jorge Santos – Em Memória de um Amigo[:en]Celebrar Jorge Santos – Em Memória de um Amigo[:]

[:pt][vc_row][vc_column width="1/1"][vc_column_text]Celebrar Jorge Santos – Em Memória de um Amigo

Numa bonita e poética homenagem ao trabalho de Jorge Santos, inaugura domingo 3 de setembro na Biblioteca Municipal de Silves a exposição Arvoredos e Canaviais I.

Com curadoria de João Silvério, a exposição parte de um convite da Câmara Municipal de Silves à família do artista, com o objetivo de mostrar parte do seu legado na cidade onde nasceu. Um momento para homenagear e voltar a viver a obra e a memória de Jorge Santos. Em meados de outubro inaugurará Arvoredos e Canaviais II, o segundo momento desta homenagem ao artista e terá lugar na igreja da Misericórdia de Silves, local onde o artista sempre mostrou um grande desejo de mostrar o seu trabalho.

Aqui deixamos um vídeo Art Clip Umbigo realizado por Paulo Inácio acerca da exposição S/ título (intimidade) de Jorge Santos e Pedro Valdez Cardoso na Galeria Diferença em 2018.

E aqui deixamos um texto que publicámos aquando da sua partida para que possamos voltar a viver Jorge Santos, um artista com o qual tivemos o grande prazer de privar.

Jorge Santos

Quando um artista morre, o véu que pende sobre o mundo torna-se mais pesado e opaco; há um sentido que falha, um nexo que se desconecta da grande matriz da vida. Há menos um pincel a preencher o vazio, menos um lápis a riscar o desenho do mundo, menos uma borracha a apagar o supérfluo e o acessório.

Quando um artista morre, há menos uma voz que vibra… por mais inquietante que seja, por mais insuportável, incompreensível que seja. Sobram então as obras, que agora murmuram no silêncio introspetivo de quem as observa, numa presença que já só pode ser espectral, mas não menos poética ou intensa.

Jorge Santos faleceu no passado dia 24 de março inesperadamente, subitamente, quase silenciosamente. Para quem o conhecia, dir-se-ia que não condizia nada com o seu espírito garrido e aguerrido, alegre e vitorioso. Dava nas vistas, era inconfundível, e as suas gargalhadas ecoavam à distância. Uma chama fulminante, de repente, apagou-se.

Tinha um cunho distinto e os assuntos que representava denotavam um interesse particular pelo contraste entre o natural e o edificado: as silhuetas com motivos florais ou vegetalistas em muros, paredes ou janelas; o jogo de sombras; a luminosidade das cores que empregava nos seus trabalhos; aqueles momentos de deleite em que o corpo parece flutuar com os pequenos fenómenos que interrompem o olhar saturado do quotidiano; os pequenos e íntimos recantos de jardins, pátios, quintais; as paisagens urbanas, etc. Interessava-lhe a beleza das coisas. Interessava-lhe, e assumia-o de forma absolutamente despudorada, a beleza da Arte.

Quem teve o privilégio de visitar o seu atelier e observá-lo no seu exercício percebia de imediato a sua devoção para com a pintura e os motivos que desenhava. Sabia a fisionomia das plantas de cor; as trepadeiras que frequentemente representava cresciam rapidamente com a destreza da sua mão; das roseiras sabia-lhes quantos espinhos deveria representar para determinado efeito, as folhas serradas e os botões por desabrochar. Era lesto com o pincel. E trabalhava – trabalhava muito.

A sua vida era aquele atelier-casa minúsculo, condensado, pejado de obras devidamente arquivadas e organizadas. O soalho estava sarapintado de acrílicos, tintas de lino e xilogravuras, borrões de grafite e carvão. Era um lugar mágico, que generosamente partilhou com os amigos, colegas e conhecidos.

A Umbigo teve o privilégio de trabalhar com Jorge Santos em três ocasiões. Os projetos que desenvolveu para o stand da Umbigo na ARCOmadrid, para a secção Desenho apoiada pela Fundação Carmona e Costa e para a caixa comemorativa dos 18 anos da revista recordamo-los agora com pesar e compreendemos importância e responsabilidade de honrar e preservar o seu legado, que se confunde agora com o nosso.

Até sempre, Jorge.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][:]


[:pt]Jorge Santos Arvoredos e Canaviais I Curadoria de João Silvério[:en]Jorge Santos Arvoredos e Canaviais I Curadoria de João Silvério[:]

[:pt][vc_row][vc_column width="1/1"][vc_column_text]Jorge Santos
Arvoredos e Canaviais I
Curadoria de João Silvério
Biblioteca Municipal de Silves
De 4 a 27 de Setembro de 2023
Inauguração 3 de setembro de 2023

Exposição de homenagem a Jorge Santos inaugura na Biblioteca Municipal de Silves

É um dos artistas mais importantes do Algarve na última década. Jorge Santos, artista multidisciplinar, é agora homenageado, após uma morte prematura aos 48 anos, numa exposição com curadoria de João Silvério. A inauguração decorre no dia 3 de setembro, na Biblioteca Municipal de Silves, cidade onde nasceu.

Jorge Santos nasceu em Silves, em 1974. Licenciou-se em Artes Plásticas (ESAD, Caldas da Rainha, 2001) e trabalhou diversas expressões artísticas, desde a pintura, escultura, gravura, fotografia e vídeo. A exposição intitulada "Arvoredos e Canaviais” com curadoria de João Silvério, reúne um conjunto de trabalhos do artista.

Reconhecido pela comunidade cultural nacional e internacional, Jorge Santos recebeu bolsas de desenvolvimento artístico da Fundação Calouste Gulbenkian para a Casa Velasquez, em Madrid e Spike Island, em Bristol. Apresentou trabalhos em vários países como o Reino Unido, França, Espanha, Portugal, e Brasil. Está representado em várias colecções públicas e privadas, nomeadamente no MAAT, Fundação Carmona e Costa, PLMJ Fundação, Coleção Novo Banco, Foundation Centenera Jaraba em Espanha, Haim Chanin Collection em França, The Beverly Hilton Hollywood, EUA, na Biblioteca Apostólica Vaticana e Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian.

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou a morte do artista plástico Jorge Santos e referiu a sua obra como uma das mais importantes no panorama cultural nacional. “Jorge Santos foi um dos mais talentosos artistas da sua geração, com uma abordagem multidisciplinar, logo evidente nas suas primeiras mostras individuais em 2001. Desenvolveu uma obra profundamente atenta ao valor da luz dos objetos e, sobretudo, da expressão da natureza e da sua permanente transformação e mudança, na relação com a luz e a sombra. Em todas as dimensões de reconhecimento sobre as identidades do dia e da noite, a sua obra definiu uma visualidade de expressão cósmica, com recurso a fortes contrastes cromáticos, reequilibrando uma poética do desenho transformado em pintura e está no rigor da sua margem gráfica”, declarou a ministra numa nota de pesar divulgada à imprensa.

A exposição, dinamizada pela Câmara Municipal de Silves em colaboração com a família do artista, procura ser uma homenagem póstuma de reencontro com a sua memória e obra.

A exposição acontece em dois momentos, sendo que a continuação será inaugurada em Outubro na Igreja da Misericórdia de Silves.[/vc_column_text][vc_gallery el_id="gallery-200327" type="carousel" medias="55841,55842,55843" carousel_lg="3" carousel_md="3" carousel_sm="1" gutter_size="3" carousel_interval="3000" carousel_navspeed="400" single_overlay_opacity="50" single_padding="2"][/vc_column][/vc_row][:]


[:pt]O ENCANTO DAS COISAS QUE PASSAM - Arqa[:en]THE CHARM OF THINGS THAT PASS - Arqa[:]

[vc_row unlock_row="" row_height_percent="0" back_color="color-xsdn" overlay_alpha="50" gutter_size="3" shift_y="0"][vc_column width="2/3"][vc_gallery el_id="gallery-134624" isotope_mode="vertical" medias="55719,55720,55721,55722" gutter_size="3" screen_lg="1000" screen_md="600" screen_sm="480" single_width="8" single_overlay_opacity="50" single_padding="2"][/vc_column][vc_column width="1/3"][uncode_share layout="multiple" separator="yes"][/vc_column][/vc_row]


[:pt]Umbigo - Vista sobre uma vista[:en]Umbigo - A view with a view[:]

[:pt][vc_row unlock_row="" row_height_percent="0" back_color="color-xsdn" overlay_alpha="50" gutter_size="3" shift_y="0"][vc_column width="2/3"][vc_gallery el_id="gallery-134624" isotope_mode="vertical" medias="55697,55692,55693,55694" gutter_size="3" screen_lg="1000" screen_md="600" screen_sm="480" single_width="8" single_overlay_opacity="50" single_padding="2"][/vc_column][vc_column width="1/3"][uncode_share layout="multiple" separator="yes"][/vc_column][/vc_row][:en][vc_row unlock_row="" row_height_percent="0" back_color="color-xsdn" overlay_alpha="50" gutter_size="3" shift_y="0"][vc_column width="2/3"][vc_gallery el_id="gallery-134624" isotope_mode="vertical" medias="55691,55692,55693,55694" gutter_size="3" screen_lg="1000" screen_md="600" screen_sm="480" single_width="8" single_overlay_opacity="50" single_padding="2"][/vc_column][vc_column width="1/3"][uncode_share layout="multiple" separator="yes"][/vc_column][/vc_row][:]


Guardian - Artist of the week 100: Jorge Santos

[:pt][vc_row][vc_column width="1/1"][vc_column_text css=".vc_custom_1593185321282{margin-right: 20px !important;margin-left: 20px !important;padding-top: 70px !important;padding-bottom: 70px !important;}"]in The Guardian: https://www.theguardian.com/artanddesign/2010/aug/11/artist-of-week-jorge-santos

The Portuguese artist's major subject is memory – beauty is elusive in his quietly minimalist work.

Jorge Santos has a knack for turning the world outside-in. His photography, sculpture, films and drawing call up memories, filling interior space with ghostly doubles of buildings and nature. Brushing up against a gallery wall, you might discover the gentle protrusion of a wrought-iron fence, realised as a white stucco relief, or look down to find autumn leaves reflected in a pool of black acrylic on the floor. Beauty always seems to be on the move – be it a white cloud of smoke that coils and twists, illuminated by a film projector in a dark room, or the twirling, kaleidoscopic flowers that appear in one of his recent video installations.

Born in 1974, the Lisbon-based artist has shown widely in Spain and his native Portugal, and is now having his first UK exhibition at Bristol's Spike Island. While Santos's work typically looks cool in pared-down black and white, his quiet minimalism has Romantic and psychological concerns. In early works like Árvore (tree) and Sombra (shadow), nature turns noir: fleeting shadows of trees are mapped in a vast grid of photographs. His 2005 series, of artificial black Perspex puddles etched with leaves, titled Tragaluz ("skylight" in Castilian), seems to invert windows and mirrors, inside and out, heaven and earth, dark and light.

Santos's major subject is memory. He explores its Proustian and Uncanny surprises in reproductions of what he finds in the landscape around the galleries he works in. From a distance his work Blind Gate, included in his current show, seems no more than two large sheets of white paper, fluttering against the wall they're pinned to. Close up, the delicate embossed pattern of riverside fencing comes into focus. Step too far back, however, and the vision vanishes.

Why we like him: For the eerie Gothic beauty of his 2009 video Branches That Blow. Seen in silhouette against the moon, two branches extend their fingers towards one another like uncertain lovers, beneath a breathy, whispering soundtrack.

My Funny Valentine: Santos's Fragments of Love Songs, drawings that look like gravestones or memorial tablets, seem engraved with lyrics from love songs. His own favourites, he says, are Chet Baker's, "because they're all about loss and rediscovery".

First love: While Santos cites Rachel Whiteread and Félix González-Torres as particular inspirations, the first artist to make an impression on him was Modigliani. He recalls being wowed by the long necks and disturbing lack of eyes of the Italian painter's subjects when he first saw prints of his work in a doctor's waiting room at the age of six.

Where can I see him?: Jorge Santos's solo exhibition, the world appeared to her reflected by pure inwardness, is at Spike Island, Bristol until 26 September.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][:en][vc_row][vc_column width="1/1"][vc_column_text css=".vc_custom_1593185337970{margin-right: 20px !important;margin-left: 20px !important;padding-top: 70px !important;padding-bottom: 70px !important;}"]in The Guardian: https://www.theguardian.com/artanddesign/2010/aug/11/artist-of-week-jorge-santos

 

The Portuguese artist's major subject is memory – beauty is elusive in his quietly minimalist work.

Jorge Santos has a knack for turning the world outside-in. His photography, sculpture, films and drawing call up memories, filling interior space with ghostly doubles of buildings and nature. Brushing up against a gallery wall, you might discover the gentle protrusion of a wrought-iron fence, realised as a white stucco relief, or look down to find autumn leaves reflected in a pool of black acrylic on the floor. Beauty always seems to be on the move – be it a white cloud of smoke that coils and twists, illuminated by a film projector in a dark room, or the twirling, kaleidoscopic flowers that appear in one of his recent video installations.

Born in 1974, the Lisbon-based artist has shown widely in Spain and his native Portugal, and is now having his first UK exhibition at Bristol's Spike Island. While Santos's work typically looks cool in pared-down black and white, his quiet minimalism has Romantic and psychological concerns. In early works like Árvore (tree) and Sombra (shadow), nature turns noir: fleeting shadows of trees are mapped in a vast grid of photographs. His 2005 series, of artificial black Perspex puddles etched with leaves, titled Tragaluz ("skylight" in Castilian), seems to invert windows and mirrors, inside and out, heaven and earth, dark and light.

Santos's major subject is memory. He explores its Proustian and Uncanny surprises in reproductions of what he finds in the landscape around the galleries he works in. From a distance his work Blind Gate, included in his current show, seems no more than two large sheets of white paper, fluttering against the wall they're pinned to. Close up, the delicate embossed pattern of riverside fencing comes into focus. Step too far back, however, and the vision vanishes.

Why we like him: For the eerie Gothic beauty of his 2009 video Branches That Blow. Seen in silhouette against the moon, two branches extend their fingers towards one another like uncertain lovers, beneath a breathy, whispering soundtrack.

My Funny Valentine: Santos's Fragments of Love Songs, drawings that look like gravestones or memorial tablets, seem engraved with lyrics from love songs. His own favourites, he says, are Chet Baker's, "because they're all about loss and rediscovery".

First love: While Santos cites Rachel Whiteread and Félix González-Torres as particular inspirations, the first artist to make an impression on him was Modigliani. He recalls being wowed by the long necks and disturbing lack of eyes of the Italian painter's subjects when he first saw prints of his work in a doctor's waiting room at the age of six.

Where can I see him?: Jorge Santos's solo exhibition, the world appeared to her reflected by pure inwardness, is at Spike Island, Bristol until 26 September.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][:]


JORGE SANTOS: un lisbonese racconta la città.

[vc_row][vc_column width="1/1"][vc_column_text css=".vc_custom_1585860513366{margin-right: 20px !important;margin-left: 20px !important;padding-top: 70px !important;padding-bottom: 70px !important;}"]

Per capire meglio le dinamiche sociali, culturali ed artistiche della città, abbiamo incontrato Jorge Santos, artista lisbonese attento a ciò che gli accade attorno e fiero della sua appartenenza alla comunità artistica cittadina.

«Lisbona è cambiata molto negli ultimi anni. Ciò è dovuto ad una scoperta tardiva della città dalle grandi rotte del turismo internazionale. Prima si poteva vivere e lavorare abbastanza economicamente... ora no: la gentrification e la vendita di ogni angolo disponibile, la trasformazione di interi palazzi in alberghi, lo svuotamento del centro storico da parte di airbnb... Per fortuna l’arte contemporanea sta facendo un altro percorso: la città è di moda, e quindi dà più visibilità alla sua arte ed ai suoi artisti, che erano stati dimenticati, un po’ come la città in sé, o rimasti ostaggio di istituzioni che promuovevano solo alcuni di loro. Fra l’altro, questo cambiamento avviene in un’epoca in cui anche il paradigma dell’arte contemporanea sta cambiando: internet permette agli artisti di essere più indipendenti e di mettere in discussione il ruolo delle gallerie e del mercato. Sono sorti nuovi spazi ed antiche gallerie indipendenti sono nuovamente visibili, e nuove fiere d’arte attraggono nuovi collezionisti. Lisbona è una bella e calda città. Ha un’identità unica che nasce dalla fusione di culture di paesi come Angola, Capo Verde, Mozambico e Brasile. La miscela fra queste culture e la cultura portoghese fa della città un luogo unico e diverso da qualsiasi altra capitale d’Europa e del mondo. Nonostante la sua periferia. Mentre il mondo tende verso una certa omogeneità, penso che la città, in un certo modo, viva un momento singolare nella sua storia. È un rifugio per molte nazionalità che cercano un luogo sicuro in cui vivere e crescere. Io vedo il futuro con speranza ma anche con un po’ di apprensione. Penso che la città possa facilmente essere vittima di tutti i rischi inerenti alla globalizzazione, come purtroppo accade oggi in ogni luogo nel mondo, in cui il capitale è il valore dominante. Le istituzioni pubbliche hanno una attitudine piuttosto conservatrice nei confronti dell’arte e degli artisti e poche risorse per il sostegno del sistema artistico a lungo termine. Dopo aver avuto un governo che ha fatto sparire il Ministero della Cultura, ora abbiamo un’atmosfera più favorevole, ma la verità è che il bilancio statale per la cultura è ancora molto insufficiente, così come lo è il supporto specifico per le arti, che è quasi nullo. Gli artisti contemporanei portoghesi hanno grandi difficoltà a riuscire a sopravvivere solo del loro lavoro artistico in un paese ancora molto conservatore e dove non esiste un mercato forte per l’arte contemporanea e dove l’unica via d’uscita per molti è l’internazionalizzazione. Amo vivere e lavorare a Lisbona. La città ha una grande influenza sul mio lavoro. Vivo e lavoro nel centro storico che si è deteriorato grazie all’ondata di decaratterizzazione del turismo di massa, in una città ancora periferica, e quindi un luogo in cui è difficile per un artista vivere dal suo lavoro con la scala dell’economia nazionale. Nonostante questo, vedo la città ancora come uno spazio abbastanza libero ed informale, dove c’è molto da fare soprattutto nell’educazione e nella costruzione di una realtà per un mercato dell’arte contemporanea». Lisbona ci conferma di essere una città in movimento, in cui i linguaggi artistici e la creatività si aprono al futuro come essa si apre sull’oceano.

In ESPOARTE

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]


Exposições de Jorge Santos em Guimarães e no Porto

[vc_row][vc_column width="1/1"][vc_column_text css=".vc_custom_1585853608345{margin-right: 20px !important;margin-left: 20px !important;padding-top: 70px !important;padding-bottom: 70px !important;}"]A natureza e o espaço doméstico vistos pelo artista que esteve em Inglaterra com uma bolsa Gulbenkian.

Em The House Translated into the Landscape, o artista visual Jorge Santos propõe uma abordagem da representação da natureza no espaço doméstico. A exposição que ocupa as galerias 2 e 3 do Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (CAAA), em Guimarães, explora a relação entre a arquitectura e a natureza e também a noção de fronteira do espaço humano para com o mundo natural.

Por isso, a peça que acolhe os visitantes, Groto, é uma representação de um portão em negativo, feita em vinil sobre uma parede. "Há uma representação do que é natural, misturando-se com aquilo que é construído, mas sempre descontextualizado, num interior", explica o artista plástico, que tem a sua carreira baseada em Lisboa.

A outra obra desta exposição em Guimarães é Spring Cage, uma vídeo-instalação, de oito minutos, que pela primeira vez é exposta em Portugal, depois de no ano passado ter sido estreada em Bristol, no Reino Unido. O vídeo explora o conceito de papel de parede digital, que vai sofrendo ligeiras mutações ao longo da projecção. Este trabalho foi criado em 2010, fruto de uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, que permitiu ao artista viver em Inglaterra. Ali teve contacto privilegiado com o movimento decorativista vitoriano que influencia fortemente as suas criações. A exposição de Jorge Santos foi inaugurada simultaneamente com a de Daniel Blaufuks e estará patente no Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura. também até 26 de Maio. A uma curta viagem de distância, na galeria Presença, no Porto, o mesmo artista tem outra exposição de trabalhos seus, que pode ser visitada até 13 de Abril. Ali, podem ser vistos, Flower Ornament - uma série de desenhos dourados, impressos através do "ferimento" do papel - e Blacklight Dahlias, um trabalho de fotografia, feito a partir de uma residência artística em França. S.S.

In Jornal Público, https://www.publico.pt/2013/03/26/jornal/exposicoes-de-jorge-santos-em-guimaraes-e-no-porto-26281285[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]


A Natureza segundo Jorge Santos, na Abreu Advogados

[:pt][vc_row][vc_column width="1/1"][vc_column_text css=".vc_custom_1585853816427{margin-right: 20px !important;margin-left: 20px !important;padding-top: 70px !important;padding-bottom: 70px !important;}"]

Por José Pardal Pina

A planta que nasce por entre as fendas do betão é um triunfo do cosmos. Com o tempo, o inerte cede ao desgaste do que por ele passa; o vento traz a poeira necessária para a germinação; o acaso, trazido por uma ave, chutado pelo pé, empurrado pela água, deposita a semente que brota sobre o cinzento artificial.

vita activa tolda-nos o olhar contemplativo e sonega todo e qualquer devaneio possível. A imaginação tem um propósito capital e nunca prazeirento. O bulício da produção e da atividade, dos fluxos e dos horários, deprime e esgota. Não há lugar para a indolência, para o vagar. Escapa-se-nos a planta que nasce por entre as fendas do betão, a árvore que espreita por entre os edifícios, a flor nos buracos da calçada. Indiferentes a corpos estranhos e a existências diferentes das nossas, escapa-se-nos a comovente indiferença da natureza a tudo o que o homem produz. O drama da ecologia é o homem esquecer que faz parte da natureza.

Em Walden ou A Vida nos Bosques, Henry David Thoreau escreve a sua experiência ascética e simbiótica com a natureza. Thoreau estabelece inicialmente a economia mais doméstica do quotidiano no bosque e nas margens do Lago Walden, para dissertar depois sobre o trabalho e a vida no campo. Mas é a sua visão crítica sobre os tempos da natureza e do homem que estimulam o leitor. Walden faz o que Byung-Chul Han poderia chamar de pedagogia da visão. Sob o olhar atento e vivo de Thoreau, lembramos o prazer da natureza e nela a verdadeira possibilidade de liberdade.

A obra de Jorge Santos tem trabalhado esta tensão entre natureza e cultura, entre o orgânico e o inorgânico, entre campo e cidade. Está na mesma linha de pensamento romântico de Thoreau, mas os caprichos da modernidade situam-no também na visão contemporânea do universo e do que de melhor pode ser resgatado do passado para ser novamente refletido no presente e no futuro.

A linguagem plástica da pintura é também a da atualidade: as formas são as estritamente necessárias e a sugestão tem mais poder que a concretude – adensando alguma da sensualidade das formas e dos temas representados. Nessa sugestão cabe o fascínio pelo botânico e pelos lugares; cabe a surpresa no virar da esquina e o estudo minucioso dos cortes e recortes, do cheio e do vazio; cabem o tempo e o espaço espalmados no papel e, portanto, a duração de um momento, seja ele fugidio ou vagaroso. O desenho vinga sob a profusão que podia ser a pintura. A cor é o elemento diferenciador da materialidade e a gradação de tons num mesmo plano é um trabalho recente. A obra vive, então, desta ambiguidade de campos plásticos, de não saber se é mais desenho ou se é mais pintura. Mas é aí que reside justamente o interesse da sua obra.

A exposição que Santos agora apresenta no novo espaço da Abreu Advogados é um compêndio das linguagens, gramáticas e léxicos que o artista tem vindo a explorar ao longo dos tempos. Em Flower Ornament relembra-se a aproximação às artes decorativas e ao diálogo com a Fundação Ricardo Espírito Santo; em Sun Around the House recorda-se a sala improvisada no espaço galerístico A Montanha. Estes são, todavia, detalhes de um portefólio bem mais vasto, que extravasa a planaridade do papel ou a quietude das formas. A série Trepadeira é uma composição tridimensional de várias pinturas, e em Bucólico há uma curiosa experiência em vídeo, que, não obstante a expressão da imagem em movimento, está mais próximo da pintura (e, depois, do desenho) que qualquer outro projeto fílmico.

Ressalta, contudo, a beleza das atmosferas: o calor sobre os canaviais, as janelas que se abrem para a vegetação densa, o mistério das plantas, das árvores, da natureza; o prazer ocioso que deixa ver o sol e o tempo passarem; a indulgência da ordem natural que perdoa e borra a incúria humana. Deste modo, as obras de Jorge Santos são, para o espectador, um guia do olhar, um convite à meditação, que inspira, como toda a arte, a viragem da vita activa para a vita contemplativa. No fundo, a sua obra é o que Nietzsche referiu em Crepúsculo dos Deuses e que o já mencionado Byung-Chul Han reciclou: “acostumar o olho à serenidade, à paciência, ao paulatino aproximar das coisas”.

Subordinada ao tema da Natureza, e já na terceira mostra de 2019, a exposição de Jorge Santos, com a curadoria de Lourenço Egreja, é uma colaboração entre o Carpe Diem Arte e Pesquisa e a Abreu Advogados e pode ser visitada até 28 de fevereiro.

In Umbigo Magazine, http://umbigomagazine.com/pt/blog/2020/01/17/a-natureza-segundo-jorge-santos-na-abreu-advogados/[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][:en][vc_row][vc_column width="1/1"][vc_column_text css=".vc_custom_1585853802689{margin-right: 20px !important;margin-left: 20px !important;padding-top: 70px !important;padding-bottom: 70px !important;}"]

Por José Pardal Pina

A planta que nasce por entre as fendas do betão é um triunfo do cosmos. Com o tempo, o inerte cede ao desgaste do que por ele passa; o vento traz a poeira necessária para a germinação; o acaso, trazido por uma ave, chutado pelo pé, empurrado pela água, deposita a semente que brota sobre o cinzento artificial.

vita activa tolda-nos o olhar contemplativo e sonega todo e qualquer devaneio possível. A imaginação tem um propósito capital e nunca prazeirento. O bulício da produção e da atividade, dos fluxos e dos horários, deprime e esgota. Não há lugar para a indolência, para o vagar. Escapa-se-nos a planta que nasce por entre as fendas do betão, a árvore que espreita por entre os edifícios, a flor nos buracos da calçada. Indiferentes a corpos estranhos e a existências diferentes das nossas, escapa-se-nos a comovente indiferença da natureza a tudo o que o homem produz. O drama da ecologia é o homem esquecer que faz parte da natureza.

Em Walden ou A Vida nos Bosques, Henry David Thoreau escreve a sua experiência ascética e simbiótica com a natureza. Thoreau estabelece inicialmente a economia mais doméstica do quotidiano no bosque e nas margens do Lago Walden, para dissertar depois sobre o trabalho e a vida no campo. Mas é a sua visão crítica sobre os tempos da natureza e do homem que estimulam o leitor. Walden faz o que Byung-Chul Han poderia chamar de pedagogia da visão. Sob o olhar atento e vivo de Thoreau, lembramos o prazer da natureza e nela a verdadeira possibilidade de liberdade.

A obra de Jorge Santos tem trabalhado esta tensão entre natureza e cultura, entre o orgânico e o inorgânico, entre campo e cidade. Está na mesma linha de pensamento romântico de Thoreau, mas os caprichos da modernidade situam-no também na visão contemporânea do universo e do que de melhor pode ser resgatado do passado para ser novamente refletido no presente e no futuro.

A linguagem plástica da pintura é também a da atualidade: as formas são as estritamente necessárias e a sugestão tem mais poder que a concretude – adensando alguma da sensualidade das formas e dos temas representados. Nessa sugestão cabe o fascínio pelo botânico e pelos lugares; cabe a surpresa no virar da esquina e o estudo minucioso dos cortes e recortes, do cheio e do vazio; cabem o tempo e o espaço espalmados no papel e, portanto, a duração de um momento, seja ele fugidio ou vagaroso. O desenho vinga sob a profusão que podia ser a pintura. A cor é o elemento diferenciador da materialidade e a gradação de tons num mesmo plano é um trabalho recente. A obra vive, então, desta ambiguidade de campos plásticos, de não saber se é mais desenho ou se é mais pintura. Mas é aí que reside justamente o interesse da sua obra.

A exposição que Santos agora apresenta no novo espaço da Abreu Advogados é um compêndio das linguagens, gramáticas e léxicos que o artista tem vindo a explorar ao longo dos tempos. Em Flower Ornament relembra-se a aproximação às artes decorativas e ao diálogo com a Fundação Ricardo Espírito Santo; em Sun Around the House recorda-se a sala improvisada no espaço galerístico A Montanha. Estes são, todavia, detalhes de um portefólio bem mais vasto, que extravasa a planaridade do papel ou a quietude das formas. A série Trepadeira é uma composição tridimensional de várias pinturas, e em Bucólico há uma curiosa experiência em vídeo, que, não obstante a expressão da imagem em movimento, está mais próximo da pintura (e, depois, do desenho) que qualquer outro projeto fílmico.

Ressalta, contudo, a beleza das atmosferas: o calor sobre os canaviais, as janelas que se abrem para a vegetação densa, o mistério das plantas, das árvores, da natureza; o prazer ocioso que deixa ver o sol e o tempo passarem; a indulgência da ordem natural que perdoa e borra a incúria humana. Deste modo, as obras de Jorge Santos são, para o espectador, um guia do olhar, um convite à meditação, que inspira, como toda a arte, a viragem da vita activa para a vita contemplativa. No fundo, a sua obra é o que Nietzsche referiu em Crepúsculo dos Deuses e que o já mencionado Byung-Chul Han reciclou: “acostumar o olho à serenidade, à paciência, ao paulatino aproximar das coisas”.

Subordinada ao tema da Natureza, e já na terceira mostra de 2019, a exposição de Jorge Santos, com a curadoria de Lourenço Egreja, é uma colaboração entre o Carpe Diem Arte e Pesquisa e a Abreu Advogados e pode ser visitada até 28 de fevereiro.

In Umbigo Magazine, http://umbigomagazine.com/pt/blog/2020/01/17/a-natureza-segundo-jorge-santos-na-abreu-advogados/[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][:]